AS NUVENS CINZAS.
A TRISTEZA PAIRAVA NA FULIGEM E NO MAU ODOR,
DAS RUAS DE LIMO E PEDRA .
LEMBRO, QUE MASCAVA, UMA FOLHA DE LIS.
E ELA, ME ANESTESIAVA A LÍNGUA.
MINHA CORAGEM E DEFESA DOS PRINCÍPIOS DE MEU TIRANO GENERAL,
ME LEVARA ATÉ AQUELE MOMENTO,
TERRIFICANTE,
MEUS PASSOS LENTOS, FRAQUEJADOS, BAQUEADO,
DOS DEGRAUS, AO APOIADOR DE PEITO,
SOBRE O QUAL, ME DEITARAM REPENTINAMENTE.
NESTA AURA TENSA, CONFUSA E ABSTRATA.
NENHUMA DÁDIVA DEFENDE,
NENHUMA DESCULPA ABSOLVE.
A SUJEIÇÃO A ORDEM FINAL,
APÓS AS OVAÇÕES E TAMBÉM AS SÚPLICAS LAMURIOSAS ,
DE MEIA DÚZIA DE CHOROSAS NA MULTIDÃO.
NÃO, NÃO HÁ CAPUZ.
LEMBRO DA VISÃO PERIFÉRICA QUE FOTOGRAFEI EM MINHA RETINA,
DO POVO, TODO CIRCUNDANDO A ''FESTA''.
LEMBRO, QUE HAVIA-SE PRESSA,
POIS, A FILA DOS CONDENADOS, ERA EXTENSA.
MUITAS COISAS FORAM DITAS E OU BALBUCIADAS PELOS ACUSADORES E SENTENCIADORES.
UM SIM, QUALQUER, VAGO, EM MEIO, A TODA AQUELA EUFORIA.
A LÂMINA AFIADA DA GUILHOTINA,
CORTA MUITO,
E RÁPIDO.
TÃO RÁPIDO, QUANTO A PISCADA E MEIA, QUE AINDA CONSEGUI DAR, E VER-ME DESTROÇADO, PELO PESCOÇO,
MEU PRÓPRIO CORPO,
A SE DEBATER,
MEUS OLHOS FIXOS,
NO PESCOÇO SANGUINOLENTO E A ESCURIDÃO.
ACORDEI MUITO MOLHADO!
9 ANOS, EM 1981.
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PROFESSOR-AHC/DIUB FÔSTER.
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